A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) anunciou planos de investir US$ 100 bilhões nos próximos anos para expandir sua capacidade de produção e atender à crescente demanda por semicondutores, reforçando sua posição como líder global no setor.
Expansão massiva nos EUA
A TSMC, maior fabricante de semicondutores do mundo, anunciou um investimento de US$ 100 bilhões nos Estados Unidos para expandir suas operações de fabricação de chips avançados. O anúncio foi feito pelo presidente Donald Trump ao lado do CEO da TSMC, C.C. Wei, na Casa Branca.
Este investimento se soma aos US$ 65 bilhões já comprometidos pela empresa, elevando o total para cerca de US$ 165 bilhões.

O plano inclui a construção de cinco novas instalações de fabricação de ponta, com foco principal no estado do Arizona. A TSMC pretende produzir chips para apoiar o progresso da inteligência artificial e smartphones, além de chips de 2nm em sua fábrica do Arizona a partir de 2025.
Este movimento estratégico visa não apenas criar milhares de empregos bem remunerados, mas também fortalecer a posição dos EUA na produção de semicondutores avançados e na liderança em tecnologia de IA.
Expansão estratégica dos semicondutores
A expansão da produção de semicondutores é crucial para atender à crescente demanda global e reduzir a dependência de cadeias de suprimentos concentradas em poucas regiões. Durante a pandemia, a escassez de chips expôs vulnerabilidades significativas, afetando setores como automotivo e eletrônico.

Além disso, semicondutores são peças-chave para tecnologias emergentes, incluindo inteligência artificial, veículos autônomos e energia renovável, tornando sua fabricação uma questão estratégica para o desenvolvimento econômico e segurança nacional.
Investimentos como os da TSMC nos EUA e iniciativas nacionais em países como o Brasil refletem uma busca por maior autonomia tecnológica. Enquanto os EUA apostam em incentivos como o CHIPS Act para liderar o setor, o Brasil vê na produção local uma oportunidade de diversificar sua economia e reduzir a dependência externa.
Essa descentralização global visa não apenas atender à demanda crescente, mas também equilibrar o poder geopolítico na indústria de semicondutores.
Operações da TSMC no Arizona
A expansão da TSMC nos Estados Unidos ocorre em um contexto de esforços governamentais para fortalecer a indústria doméstica de semicondutores. O CHIPS and Science Act, aprovado em 2022, destinou US$ 52,7 bilhões em subsídios para pesquisa e fabricação de chips no país.
Como parte desse programa, a TSMC já recebeu US$ 6,6 bilhões em incentivos para suas fábricas no Arizona, além de uma linha de crédito de até US$ 5 bilhões com juros reduzidos.
A primeira fábrica da TSMC no Arizona já está operacional, produzindo chips de 4 nanômetros para empresas americanas. Uma segunda unidade, prevista para iniciar operações em 2028, focará na fabricação de chips de 2 nanômetros, uma das tecnologias mais avançadas do setor.
Esse investimento alinha-se com a meta dos EUA de dominar 20% do mercado global de semicondutores até 2030, reforçando a segurança econômica e nacional do país.
Impacto político e econômico
A expansão da indústria de semicondutores nos EUA, impulsionada pelo CHIPS and Science Act, reflete uma confluência de interesses econômicos e geopolíticos. A legislação, assinada em 2022, foi uma resposta à crescente dependência dos EUA de fornecedores asiáticos, especialmente Taiwan e China, e às vulnerabilidades expostas durante a pandemia.
Além de buscar autonomia tecnológica, o governo Biden posicionou os semicondutores como um pilar estratégico para a segurança nacional, dada sua importância em aplicações militares e cibernéticas.
No entanto, o futuro da política enfrenta incertezas. A administração Trump sugeriu revisões no CHIPS Act, incluindo a redução de subsídios e a imposição de tarifas sobre chips importados, o que pode alterar significativamente o cenário para empresas estrangeiras como a TSMC.
Essas mudanças poderiam não apenas complicar as operações da TSMC nos EUA, mas também enviar sinais contraditórios a outros investidores internacionais.
A disputa destaca como questões políticas internas podem impactar diretamente a competitividade global dos EUA no setor de semicondutores.
Perspectivas finais e impactos
A expansão da TSMC nos Estados Unidos marca um ponto de inflexão na indústria global de semicondutores, refletindo uma mudança significativa nas cadeias de suprimento e na geopolítica tecnológica.
O investimento de US$ 100 bilhões não apenas fortalece a posição dos EUA como um centro de produção de chips avançados, mas também sinaliza uma nova era de competição tecnológica entre as grandes potências.
Este movimento estratégico ocorre em um contexto de crescente tensão entre os EUA e a China, com Washington buscando limitar o acesso de Pequim a tecnologias de ponta.
Enquanto os EUA fortalecem sua base industrial de semicondutores, a China enfrenta restrições crescentes, potencialmente alterando o equilíbrio de poder na indústria global de tecnologia.
O sucesso desta iniciativa dependerá não apenas dos investimentos, mas também da capacidade dos EUA de cultivar um ecossistema de inovação robusto e uma força de trabalho altamente qualificada para competir no cenário tecnológico em rápida evolução.